quarta-feira, 23 de julho de 2014

Tudo que é vivo morre: Romance d'a Pedra do Reino

O jovem Ariano


Ave Musa incandescente
do deserto do Sertão!
Forje, no Sol do meu Sangue,
o Trono do meu clarão:
cante as Pedras encantadas
e a Catedral Soterrada,
Castelo deste meu Chão!

Nobres Damas e Senhores
ouçam meu Canto espantoso:
a doida Desaventura
de Sinésio, O Alumioso,
o Cetro e sua centelha
na Bandeira aurivermelha
do meu Sonho perigoso!

 Ariano Suassuna.

Esse mês tem sido difícil para a literatura e pra minha história com ela também. Lembro que lá no ensino fundamental Rubem Alves me aproximou das crônicas e por consequência do Jornalismo. Não vou saber explicar a conexão exata, só sei que foi assim.

Alguns anos antes Ariano já tinha entrado na minha vida, tinha e não tinha. Assistia ao Auto da Compadecida, que pelo menos na minha memória, foi tradicionalmente o filme do dia 1º de Janeiro durante alguns anos. Na minha infância a presença do filme, o aniversário de minha mãe e o baba de saia jogado por meu tio faziam dessa data a mais divertida do ano.

Somente anos mais tarde já no ensino médio que tive contato com o livro de fato. Uma das coisas que o acaso fez esbarrar em mim na pequena biblioteca do Cefet.

Por essas e por outras Julho é triste, frio e não sabe se chove ou se chora em silêncio. Mas seguimos no mundo onde tudo o que é vivo, morre.

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